Sua espontaneidade era arte quase sempre – mas sempre um
problema. Ele acreditava no que via e no que ouvia invariavelmente, mas as
coisas acontecem muito além disso. Não adianta supor que as pessoas não pensam
e agir só de acordo com o que elas fazem. Elas fazem muito, e sem serem
notadas.
O que ela deixava notar era a mentira de ser uma boa
pessoa. Olha que sorriso alegre e contagiante! – e que mente nefasta e
fedorenta. Ela está lá em ações para o animar e, em pensamentos, ri de quão
bobo o faz. E, para tentar livrá-lo disso, só se deve meter-se com ela quem
tiver a certeza de que sabe lidar com a imundície que é aquela vida.
Eu me revirei no lixo, mas saí limpa.
-2009
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