Cap. 1 - Sabrina
Sabrina sorria com os olhos. Ela apertava-os ainda mais para conter qualquer movimento dos lábios. Era seu sorriso reprimido. Era de não querer sorrir ao lembrar, algumas lembranças não forçadas, que vinham a ela de quando em vez. Essas estavam cada vez menos freqüentes, mas ainda aconteciam. Era estranho querer sorrir. Quando se lembrava de qualquer segundo daqueles, queria chorar. Já não era mais assim, às vezes sorria. Mas não queria sorrir. O sorriso virava olhos apertados, quase de quem não quer ver. E às vezes via. Alguma coisa a levava de volta ao pedaço difícil de toda a história. Nada foi fácil, mas havia a pior parte, que já passou, vai passar.
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Sabrina não sabia ser meia. Ela tinha que estar ali por inteiro. Inteira em suas idéias, em sua consciência, em sua vontade. Podia ser nula, mas nunca meia. Ela gostava daqueles que não se reduziam também. Daqueles dotados de confiança o bastante para também não se anularem. Um dia conheceu metade de um homem. Seu nome era Apolo. Ele não sabia ser inteiro. Anulavam-no com freqüência. Mas aos olhos dela ele era todo arte. (Apertou os olhos.) A única arte que ele não conhecia era a das palavras. Ele não sabia que elas podiam desenhar. Então Sabrina desenhou sua folha inteira, toda a mesa, subiu pelas paredes, alcançou o teto e desceu ao chão. Finalmente chegou ao corpo dele e quis desenhá-lo todo.
Sabrina sorria com os olhos. Ela apertava-os ainda mais para conter qualquer movimento dos lábios. Era seu sorriso reprimido. Era de não querer sorrir ao lembrar, algumas lembranças não forçadas, que vinham a ela de quando em vez. Essas estavam cada vez menos freqüentes, mas ainda aconteciam. Era estranho querer sorrir. Quando se lembrava de qualquer segundo daqueles, queria chorar. Já não era mais assim, às vezes sorria. Mas não queria sorrir. O sorriso virava olhos apertados, quase de quem não quer ver. E às vezes via. Alguma coisa a levava de volta ao pedaço difícil de toda a história. Nada foi fácil, mas havia a pior parte, que já passou, vai passar.
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Sabrina não sabia ser meia. Ela tinha que estar ali por inteiro. Inteira em suas idéias, em sua consciência, em sua vontade. Podia ser nula, mas nunca meia. Ela gostava daqueles que não se reduziam também. Daqueles dotados de confiança o bastante para também não se anularem. Um dia conheceu metade de um homem. Seu nome era Apolo. Ele não sabia ser inteiro. Anulavam-no com freqüência. Mas aos olhos dela ele era todo arte. (Apertou os olhos.) A única arte que ele não conhecia era a das palavras. Ele não sabia que elas podiam desenhar. Então Sabrina desenhou sua folha inteira, toda a mesa, subiu pelas paredes, alcançou o teto e desceu ao chão. Finalmente chegou ao corpo dele e quis desenhá-lo todo.
- 2010
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